DESVIO DE MATERIAL DO HCB: Tribunal condena ex-chefe de reanimação
O
EX-CHEFE dos Serviços de Urgência e Reanimação do Hospital Central da
Beira (HCB), Dias Magumisse, que no dia 7 de Dezembro de 2015 desviou um
monitor cardíaco daquela unidade sanitária, foi recentemente condenado a
pena de três anos de prisão maior pela I Secção do Tribunal Judicial da
Cidade da Beira, em Sofala.
Da
sentença lida na última 6.ª-feira consta igualmente que o visado foi
também condenado ao pagamento de um valor de 80 mil meticais a título de
indemnização a favor do Estado, através da Direcção Provincial de Saúde
de Sofala, pelos danos causados nos termos do Artigo 34 do Código do
Processo Penal.
Para
além do pagamento de 800,00 meticais do imposto de justiça, Magumisse
também vai pagar 2.000,00 meticais de emolumentos a favor do seu
defensor oficioso, nos termos da conjugação do artigo 151 das custas
judiciais e do artigo 156 e 157 do Código do Processo Civil.
O
corpo de juízes da I Secção do Tribunal Judicial da Cidade da Beira,
dirigido pelo juiz-presidente Hélio Colaço, decidiu substituir a pena de
prisão em multa, devendo o condenado pagar uma taxa diária de 157,60
meticais.
O
Ministério Público, representado por Sílvia Quinhentos, defendeu, em
sede de audiência durante alegações finais do Processo número 300-2016,
a aplicação de uma punição exemplar ao réu Dias Magumisse.
Sílvia
Quinhentos alegou que o antigo chefe dos Serviços de Urgência e
Reanimação do HCB agiu de forma deliberada quando subtraiu um bem
público e vital para salvar vidas humanas, para benefício próprio.
Realçou
ainda que não obstante ele ter demonstrado arrependimento e ter
devolvido o aparelho ao hospital, não estava assim isento da condenação.
Por
seu turno, a defensora oficiosa, Deolinda Caravina, havia manifestado o
desejo de que ao réu fosse aplicado pena alternativa à prisão pelo
facto de o seu constituinte ter confessado livremente a autoria do crime
e por ter devolvido o monitor cardíaco ao hospital, demonstrando
claramente o seu arrependimento.
Dias
Magumisse era acusado pelos crimes de peculato, ameaças, premeditação,
surpresa e abuso de confiança, tendo declarado durante a audiência que
recebeu o aparelho em causa no dia 7 de Dezembro de 2015 para usar na
sala de reanimação.
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