OLDEMIRO BALÓI E OS ATAQUES DA RENAMO: Vivemos uma democracia anormal
O
MINISTRO dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, disse
que Moçambique está a viver uma democracia anormal, devido aos ataques
armados levados a cabo pela Renamo.
Balói falava segunda-feira última no programa Cartas na Mesa, da Rádio Moçambique, manifestando-se preocupado com a ocorrência.
Referiu
que um dos princípios da democracia reza que o fortalecimento da paz
passa por não atacar civis e o Estado, o que não acontece em Moçambique.
O
que acontece na verdade é que a Renamo tem vindo a intensificar os
ataques contra alvos civis e militares e outros objectivos económicos, o
que se salda em mortes, ferimentos e destruições.
Na
semana passada, por exemplo, os homens armados da Renamo bloquearam a
estrada Cuamba/Marrumba, vasculhando todas as viaturas que por lá
pretendiam transitar, a pretexto de estarem à procura de elementos das
Forças de Defesa e Segurança. De facto o que eles pretendiam era
extorquir os bens da população. Em actos recentes a Renamo assaltou
aldeias, povoados e vilas, destruindo bens infraestruturais, tais como
hospitais, estabelecimentos comerciais, sedes administrativas, postos de
Polícia, entre outros.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação disse, a propósito, ser surpreendente e preocupante o silêncio alegadamente cúmplice de alguns países e de organizações nacionais e internacionais em relação aos ataques armados da Renamo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação disse, a propósito, ser surpreendente e preocupante o silêncio alegadamente cúmplice de alguns países e de organizações nacionais e internacionais em relação aos ataques armados da Renamo.
Disse
que condenar os assassinatos, os roubos e outros estragos
protagonizados por estes homens não é necessariamente dar razão ao
Governo mas é somente dar a indicação de que há outras formas de
resolver as diferenças.
O
intensificar das incursões da Renamo torna-se ainda preocupante quando
acontece numa altura em que em sede da comissão mista decorre o diálogo
político em preparação ao encontro ao mais alto nível entre o Chefe do
Estado, Filipe Nyusi, e o líder daquela formação política armada, Afonso
Dhlakama.
Ainda
esta semana, depois de pouco mais de duas semanas de interregno, a
pedido da mediação, as delegações do Governo e da Renamo voltaram à mesa
de diálogo para o prosseguimento da discussão em torno da agenda
previamente aprovada.
O
reinício das sessões foi marcado por encontros bilaterais entre os
mediadores e as delegações do Governo e da Renamo, não tendo havido,
porém, quaisquer novidades.
À
saída da sessão, Mário Raffaelli, coordenador dos mediadores, disse a
jornalistas que nada de substancial tinha a avançar relativamente às
divergências que ainda persistem entre o Governo e a Renamo, mormente
quanto à cessação das hostilidades militares, prometendo ainda que o
trabalho vai continuar nos próximos dias.
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